Nossas Bases
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é considerada uma das grandes prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o continente americano. Sua cobertura florestal encontra-se em estado crítico e atualmente está reduzida em cerca de 7,6% da área original, que perfazia uma extensão de aproximadamente 1.306.421 km2.
Presente em mais de 17 estados brasileiros, este bioma é composto por uma série de fitofisionomias bastante diversificadas, determinadas pela proximidade da costa, relevo, tipos de solo e regimes pluviométricos.
Essas características foram responsáveis pela evolução de um rico complexo biótico de natureza florestal. Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica ainda contém uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, com altíssimos níveis de endemismo. Dentre as espécies, destaca-se o Pau-brasil, madeira nobre que, por seu enorme valor no início da colonização, deu nome ao nosso país.
Causas da Redução
As altas taxas de desmatamento e as degradaççoes sofridas pelas florestas resultaram na perda de inúmeras espécies da fauna e flora, principalmente pela redução da área de suas ocorrências e isolamento dos habitats originais. A perda do habitat tem duas dimensões: a fragmentação (isolamento e alteração nas formas dos fragmentos remanescentes) e a perda de área (desmatamento).
Ainda que a fragmentação seja muito comentada é uma questão que permanece controvertida em termos da sua importância e dos mecanismos associados à sua dinâmica. A maioria dos especialistas concorda que ambos os aspectos (fragmentação e perda de área) devem ser considerados no planejamento e manejo da biodiversidade.
Com uma taxa de desmatamento estimada em 150.000 Km² por ano, as florestas tropicais em todo o mundo têm sido alvo de intensa exploração de seus recursos e, conseqüentemente, vêem sendo sistematicamente reduzidas na maioria dos países que as possuem.
Alguns mecanismos podem ser citados como causas, ou conseqüências, relacionados à degradação dos ambientes florestais e perda das espécies associadas. São eles:
• Distúrbios associados ao desmatamento com a retirada de recursos vegetais;
• Caça predatória;
• Alterações no curso dos rios;
• Intrusão de fogo e fumaça nos fragmentos florestais;
• Diminuição das populações pela perda de área e endocruzamento;
• Redução na imigração: muitas espécies são relutantes em cruzar as áreas abertas entre os fragmentos;
• Efeito de borda: as condições normalmente encontradas no interior da floresta se tornam mais secas e quentes na medida em que se aproxima das bordas do fragmento, podendo provocar a morte de espécies arbóreas e animais;
• Perda de elos da cadeia trófica de alta ordem: a perda de uma determinada espécie de carnívoro pode provocar a sua substituição por outros carnívoros que provocam alterações significativas na composição faunística das espécies que predam;
• Invasão de espécies exóticas: a invasão de espécies adaptadas às áreas alteradas ou degradadas podem competir nas áreas de borda dos fragmentos com as espécies nativas, provocando seu desaparecimento por competição.
Estratégias como a conservação ex-situ ou a implantação de unidades de conservação para a preservação da biodiversidade têm sido traçadas. No entanto, a manutenção de grandes fragmentos de florestas naturais (ou semi-naturais) devem ser encaradas como prioridade maior, pois são nestas manchas florestais que grandes carnívoros e aves migratórias podem ser preservados. As reservas oficiais cobrem apenas uma pequena fração destes fragmentos remanescentes.
Fonte: Instituto MATLAN de Pesquisa e Educação Ambiental –www.matlan.bio.br
Corredores Ecológicos
Conservação e uso sustentável
No âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras o Projeto Corredores Ecológicos (PCE) tem como objetivo prevenir e reduzir a fragmentação das florestas tropicais por meio de uma rede composta pelas áreas protegidas. O PCE também planeja a paisagem e integra as unidades de conservação conectando-as. Desta forma, promove o surgimento de Corredores Ecológicos.
Uma das ações do PCE é o reflorestamento e o incentivo ao plantio de Florestas Economicamente Manejáveis como opção de cultura para o produtor rural. Além de garantir geração de renda para esse segmento, esta cultura também colabora para a formação dos corredores e a conservação de espécies ainda remanescentes nas matas nativas e pode, a médio e longo prazos, suprir o mercado madeireiro e não madeireiro com o uso racional destas florestas que serão plantadas dentro dos Corredores Ecológicos.
O Projeto Verde Brasil distribui mudas gratuitamente aos produtores inseridos nos Corredores Ecológicos. No primeiro corredor no Espírito Santo, na região de Pacotuba, os produtores já começaram a receber as mudas do IVB.